Esta semana consegui atingir uma meta: ler todos os livros de John
Green. E o último deles foi Cidades de Papel, que teve uma subida metafórica em
meu respeito, ultrapassando todos, e se tornando meu livro favorito de João
Verde! Leve, descontraído, filosófico e muito divertido. Para quem espera um
romance tradicional e linear, logo aviso-lhe que isso não será possível ao ler
Cidades de Papel. Quando digo que esse é meu livro favorito de John Green as
pessoas olham e perguntam: "Serio?! Como você gostou do desfecho?". E
quando digo que mega me identifiquei com Margo, algumas dizem: "Nossa, eu
achei a Margo uma chata." Mas às pessoas que abandonaram o livro
porque não gostaram, digo: continue. E aos que chegaram ao fim do livro e não
gostaram/não entenderam o porquê de toda história, digo: releia com mais calma
e entenda John Green. Na realidade o fim foi o que mais me conquistou, mas
chegaremos lá. (E não, não contarei spoilers porque isso não é legal.). Mas
foquemos na história.
O livro tem como narrador Quentin Jacobsen, um geek, viciado em
Ressurection, com dois estranhos pais psicólogos. Tem como companheiros de suas
"aventuras" Radar (ele explicará esse nome) e Ben. Mas sua grande
paixão, é atualmente inalcançável, sua vizinha Margo. Quando crianças, Margo
Roth Spiegelman era a companhia e amiga de Quentin, e desde essa época Quentin
nutre seu amor platônico por Margo - que agora é - a menina mais popular, sexy,
e namora o cara mais forte e sexy do colégio, e atualmente não fala com
Jacobsen. Mas apesar de tudo isso ele considera o fato de ser vizinho de Margo
algo mais que incrível, um milagre. Assim ele começa, com sua linguagem
engraçada, seu prólogo.
Tudo ocorria bem quando em uma madrugada, enquanto Quentin estava
irritado como assunto do Baile Escolar, ele ouve um barulho em sua janela, e lá
está Margo vestida de ninja estonteantemente bela, chamando Quentin para uma
missão dividida em onze partes. Jacobsen, após muita relutância, sai com Margo
enquanto ela conta suas mazelas de que o namorado a trai com a melhor amiga, e
o plano é vingar-se. Após os onze passos serem concluídos Quentin volta para
casa com a sensação de que tudo iria se acertar com Margo depois daquela
fantástica noite, e aí encerra-se a parte um. Porém um certo problema
acontecesse. No dia seguinte Margo foge de casa. Os pais até relevam pois ela
faz isso com muita frequência, mas a situação piora quando se passa uma semana
e ela não volta. Jacobsen sente então que ela quer que ele o encontre, digamos
que esta é a parte mais melancólica do livro para quem gosta de acontecimentos
rápidos, mas ao mesmo tempo é uma das mais interessantes para quem gosta de um
bom romance policial e um mistério.
A partir de então a busca para achar Margo passará a ser o
objetivo central de Quentin Jacobsen e seu grupo de amigos que aumentou com a
entrada de uma menina (segredo). Mas eis a pergunta, porque Cidades de Papel? O
livro se passa em Orlando a cidade da Disney, e Margo afirma que tudo aquilo é
inútil, falso, feito de papel. E é onde podemos perceber uma crítica social
feita por John Green, pois na mesma Margo onde encontramos futilidade, podemos
ver uma Margo inteligente e cheia de pensamentos e filosofias complexas em sua
mente. Para quem gosta de literatura é possível perceber um leve toque de Simbolismo
nas frases de Margo.
E posso afirmar que nunca me senti tão bem ao ler um livro em que
o final era completamente diferente do que esperava, sem nenhuma linearidade. E
cheio de filosofias que só quem se dá ao trabalho de entender compreende o verdadeiro
sentido de Cidades de Papel.
Até a próxima,
Dâmaris.
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